Um post recente (Twitter: it's still about the connections) de Steve Wheeler no blogue Learning with 'e's discute as diferentes formas de utilização do Twitter que pode ser usado para fins profissionais, com objectivos sociais ou mesmo como fazendo parte de um ambiente pessoal de aprendizagem (ou PLE - Personal Learning Environment). A sua utilização como ferramenta auxiliar em actividades de ensino é também destacada com exemplos sobre a utilização nos ensinos básico e secundário. O post de Wheeler tenta ainda desmontar o mito que defende que as ferramentas sociais da Web 2.0 estão, a nível de utilização, segmentadas pelas idades dos seus utilizadores. Nesta perspectiva, o Twitter seria usado sobretudo pelos utilizadores mais velhos ("mais velhos" parece ser entendido aqui como os maiores de 30 anos ou pouco mais). Steve Wheeler defende que a idade não é um factor que define a maior ou menor utilização destas ferramentas sociais. O Twitter será sobretudo uma ferramenta para partilha de emoções, experiências, recursos e ideias. Steve Wheeler parece dar maior destaque à partilha de emoções e experiências referindo ter estabelecido relações de amizade com pessoas que conhecia do Twitter com as quais se veio a cruzar fisicamente. Na perspectiva de Wheeler, a partilha de emoções e experiências, via Twitter, cria relações de empatia entre os intervenientes ajudando a ultrapassar as próprias dificuldades individuais.
No que me diz respeito, como utilizador do Twitter, sobretudo passivo (i.e. com poucos tweets enviados mas muitos lidos diariamente), vejo esta aplicação como uma ferramenta de partilha de recursos e ideias. Na verdade, para quem desenvolve algum trabalho de pesquisa e souber escolher quem seguir, o Twitter revela-se como uma poderosa ferramenta para acompanhar o state of the art da área de pesquisa. Com o Twitter consegue-se seguir os posts mais relevantes nos blogues da área, artigos publicados, os eventos que ocorrem, anúncios de conferências e mesmo seguir em tempo real o que se passa na sala de uma conferência ou workshop (desde que algum dos participantes partilhe o que se está a desenrolar). Outras ferramentas, como o TweetDeck, permitem ainda acompanhar tudo isto de forma organizada e seleccionada, incluindo não só os tweets mas também as actualizações do LinkedIn ou Facebook. Tudo isto é ainda reforçado com a existência das versões para smartphones que acrescentam a vertente ubíqua desta forma de partilha. O esforço para estar sempre devidamente actualizado sobre o que ocorre de relevante numa determinada área é assim altamente minimizado. Muito do que tem sido escrito neste blogue resulta desse tipo de contribuições. Existem outras ferramentas na Web 2.0 que também permitem este acompanhamento mas o Twitter será talvez a mais versátil.
O uso do Twitter para partilha de emoções e experiências não é também importante? Sim, mas no que me diz respeito, tweets como "Bom dia", "Estou parado no trânsito" ou "Vou agora embarcar no avião para Paris" não me parece que contribuam para nada de muito significativo para além de uma ou outra informação que possa ser de interesse para o círculo de relações mais próximas do autor do tweet. Já, por exemplo, saber que alguém, que seja um nome de referência numa dada área, está a apanhar o táxi para ir assistir a uma conferência, pode trazer algum dado relevante, como seja a existência da conferência que de outra forma poderia passar despercebida. Não me parece que os 140 caracteres dos tweets sirvam para partilhar emoções ou pensamentos muito profundos que me levem a querer fazer amizade com alguém. Por outro lado, têm o tamanho adequado para enviar referências, partilhar informação e expressar ideias breves sobre um determinado assunto que me estimulem a averiguar mais a partir dessa pista inicial. Numa perspectiva de uso profissional ou integrado num PLE, parece-me ser este o grande benefício do Twitter.
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