As redes sociais no contexto da Web 2.0, designam o conjunto de sites que facilitam o contacto entre pessoas quer com objectivos meramente sociais quer com objectivos profissionais. Num contexto mais geral, as redes sociais definem-se como uma estrutura social formada por indivíduos ou organizações, designados por nós, que estão interligados entre si através de interdependências diversas (amizade, afinidade de interesses, relações profissionais, etc).
Uma
rede social na Web 2.0 é um serviço que usa software para construir redes sociais on-line para comunidades de pessoas que partilham interesses e actividades e que estão interessadas em conhecer os interesses e actividades de outras.
Um dos primeiros sites sociais foi o
Friendster, lançado em 2002, por dois programadores informáticos, Jonathan Abrams and Cris Emmanuel. Actualmente, este site social é sobretudo popular em países asiáticos. Na histórias das redes sociais, a sua génese é ainda referida em datas anteriores, sendo o
SixDegrees, lançado em 1997 e desactivado em 2001, considerado por alguns como a primeira rede social na web. O nome do site está relacionado com a
teoria dos seis graus de separação (também conhecida como
Human Web), atribuída ao escritor húngaro,
Frigyes Karinthy e publicada em 1929. Segundo esta teoria, se cada pessoa está a um grau de separação de todas as pessoas que conhece e a dois graus de separação das pessoas conhecidas pelas pessoas que conhece, então todos nós estaremos ligados a qualquer outra pessoa no mundo através de não mais de seis pessoas intermediárias. Esta teoria revela o que torna os sites sociais interessantes: mais do que permitir que as pessoas possam conhecer outras pessoas, antes estranhas, estes sites permitem que as pessoas tornem visíveis a outras as suas redes sociais. Pessoas que de outra forma nunca se teriam encontrado podem assim conhecer-se com base em qualquer afinidade que possuam.
Outros sites, lançados ainda antes, são também apontados como os pioneiros das redes sociais. É o caso do
Classmates, criado por Randy Conrads em 1995, uma rede social activa inicialmente na América do Norte que reunia pessoas que tivessem sido colegas de escola em vários níveis de ensino.
Outros exemplos muito populares são o
Facebook, actualmente com 400 milhões de utilizadores, e o
MySpace (ambos lançados em 2004) de carácter mais lúdico ou o
LinkedIn (2003), uma rede social sobretudo de contactos profissionais. Em Fevereiro de 2010, a Google, que já tem vários serviços de referência na Web 2.0, lançou também a sua rede social, o
Google Buzz. Esta nova aplicação integra-se com o
Gmail e pretende concorrer com o Facebook. Esta incursão no universo das redes sociais não é pioneira uma vez que a Google já havia lançado a rede
Orkut em 2004. Esta não teve no entanto o sucesso esperado e implantou-se sobretudo na América do Sul sendo actualmente operada pala Google Brasil.
O papel que as redes sociais, como o Facebook, podem ter no ensino, particularmente no que diz respeito à sua utilização na sala de aula, ainda não é claro. Segundo
algumas perspectivas, a utilização deste tipo de serviços no ensino é pouco clara havendo mesmo quem defenda a sua não utilização. As redes sociais, são espaços de socialização, muitas vezes informal destinadas a manter relações com outros utilizadores. Apesar deste tipo de ferramentas ser uma das faces mais visíveis da Web 2.0
a sua aplicação ao ensino é pouco óbvia e a sua aplicação ao e-learning poderá ser apenas no sentido de poderem suportar
comunidades de prática.
Alguns dos defensores da utilização de redes sociais na sala de aula e no ensino em geral, referem-no sobretudo na perspectiva da sua
contribuição para a literacia digital dos alunos e não tanto como uma ferramenta de aplicação directa. Outras propostas de utilização de redes sociais no ensino, como o recente
Google Buzz, são apresentadas na perspectiva de integrarem outras ferramentas da Web 2.0, como o microblogging, partilha de conteúdos multimédia ou a sindicância de conteúdos.
No entanto, a importância crescente das redes sociais não pode ser ignorada pelos profissionais de ensino. Em Março de 2010
vários media noticiaram o facto do Facebook ter ultrapassado o Google nos EUA, enquanto site mais visitado. Esta popularidade do Facebook verifica-se sobretudo em países da Europa ocidental e nos EUA. Por exemplo, o grupo do Facebook dedicado ao ensino (Facebook in Education), que reúne pessoas com interesses na área, sobretudo professores e investigadores, conta com cerca de 268.000 fãs.
A plataforma
TOPYX é uma solução de e-learning que incorpora recursos do Facebook e de outras redes sociais com o objectivo de enriquecer a experiência de aprendizagem do aluno, tirando partido de ferramentas da Web 2.0. Um utilizador, no seu perfil do Facebook pode ainda incorporar pequenas aplicações existindo um número significativo delas com potencial de utilização para fins pedagógicos.
Para além das aplicações genéricas de redes sociais existem plataformas que permitem a criação de redes sociais individualizadas. Uma delas é a plataforma
Ning, lançada em 2005, muito utilizada para formar redes sociais de professores e educadores. Um dos co-autores da Ning é
Marc Andreesen, também criador do navegador de internet
Netscape.