Wednesday, July 21, 2010

Projectos E-learning (2): SUMA

O Projecto SUMA, com origem em Espanha, apresenta-se como uma plataforma integrada de e-learning. O projecto teve como objectivo o desenvolvimento de uma camada de serviços e funcionalidades sobre uma plataforma LMS (Sakai ou Moodle). A plataforma desenvolvida permite que uma empresa, universidade ou outra entidade que pretenda ministrar formação em e-learning possa integrar diferentes aplicações, incluindo ferramentas da Web 2.0 e integrá-las num ambiente virtual de aprendizagem adaptado às suas necessidades concretas. É possível o desenvolvimento de novas aplicações, de forma colaborativa, que podem ser adicionadas nesta plataforma. É possível o desenvolvimento de cursos em t-learning (o resultado conseguido com os materiais de formação interactiva, os conteúdos e os serviços que usam um descodificador digital) e m-learning. A plataforma é gratuita e de código aberto. O projecto terminou a 31 de Dezembro de 2009 estando agora disponível para comercialização.


Os destinatários da plataforma desenvolvida são universidades e empresas. Os promotores do Projecto SUMA são diversos, nomeadamente, consórcios de várias empresas, organizações e universidades, como por exemplo, a Universidade de Vigo.

(ver vídeo de apresentação do projecto)

Monday, July 19, 2010

Projectos E-learning (1): escolinhas.pt

O projecto "escolinhas.pt" apresenta-se como um comunidade de escolas online. O projecto reúne num portal uma comunidade de escolas do ensino oficial, estatal e privado, promovendo a utilização efectiva das tecnologias de informação e comunicação nas práticas de ensino. O espaço de cada escola é uma representação oficial da escola real. O portal é um espaço seguro, de acesso restrito. O registo de cada escola é feito pelos seus responsáveis sendo verificada a sua autenticidade. A utilização do portal implica a atribuição de uma licença à escola que é gratuita para acesso às funcionalidades mais simples. O espaço de cada escola pode ainda ser interligado com o LMS Moodle, caso a escola já o use. Os utilizadores têm acesso a ferramentas sociais típicas da Web 2.0 mas num ambiente controlado. O projecto visa o desenvolvimento de competências digitais, o uso seguro de software social e a possibilidade de criação de portefólios digitais. O projecto encontra-se em fase de internacionalização.

Os destinatários do projecto são crianças na faixa etária dos 4 aos 12 anos de idade, os respectivos encarregados de educação, professores e responsáveis de escolas.

O "escolinhas.pt" foi desenvolvido pela empresa Tecla Colorida (resultante de um spin-off do INESC Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores). A empresa conta com diversas parcerias empresariais e institucionais.

Tuesday, July 06, 2010

E-learning: Problemas em Aberto (3)

O facto de poderem existir determinadas competências que não são passíveis de serem adquiridas através de e-learning representa um desafio para aqueles que elaboram conteúdos e para os técnicos que desenvolvem as ferramentas de software. Na verdade, as matérias de natureza prática que exigem experimentação e a manipulação directa de objectos, ferramentas ou materiais colocam dificuldades consideráveis ao funcionamento em e-learning. Algumas matérias com componente laboratorial podem ser, pela sua própria natureza, facilmente leccionadas em ambiente de e-learning (p.e. o ensino da programação de computadores ou a utilização de ferramentas informáticas) mas outras não. Como leccionar em e-learning uma matéria que exige, por exemplo, a experimentação num laboratório de química? Existem soluções como os laboratórios virtuais, que são aplicações informáticas de simulação mas que dificilmente substituem a realidade física de um laboratório real. Os mundos virtuais e os ambientes de realidade aumentada poderão ter contributos importantes nesta área mas muito provavelmente existirão sempre matérias que simplesmente não poderão ser leccionadas em e-learning.

Um ponto fundamental para a continuidade do sucesso dos sistemas de e-learning tem a ver com a qualidade dos conteúdos. Os conteúdos de um curso em e-learning não se podem resumir à digitalização de materiais originalmente em suporte de papel. O e-learning exige conteúdos criativos, interactivos, capazes de envolver os alunos e validados do ponto de vista pedagógico. A criatividade é um factor essencial que os sistemas de ensino formais geralmente não valorizam. A importância da criatividade é realçada por personalidades na área da pedagogia e inovação como Ken Robinson (ver o vídeo Do Schools Kill Creativity?). O projecto “E-learning for Kids” é um exemplo da tentativa de produção e partilha de conteúdos de qualidade, dirigidos aos níveis etários mais baixos.

As ferramentas introduzidas pela Web 2.0 com o seu potencial de aplicação ao ensino levantam também uma série de questões. Será adequado usar as mesmas ferramentas para lazer e para o ensino? Basear um curso em ferramentas genéricas da Web 2.0 acarreta alguns perigos. A ferramenta pode simplesmente ser descontinuada (algumas das primeiras redes sociais já não existem) ou uma ferramenta inicialmente gratuita pode passar a ser paga limitando a sua aplicação no ensino. Um exemplo foi o que sucedeu com o serviço de redes sociais Ning. E empresa detentora desta rede anunciou em Abril de 2010 o fim do serviço gratuito quando alojava já mais de dois milhões de redes, com um forte peso no sector da educação. A solução pode passar pelo desenvolvimento de ferramentas específicas mas com as características das ferramentas genéricas da Web 2.0. É o caso da plataforma do projecto “escolinhas.pt":


Esta solução garante controlo sobre a ferramenta e sobre o seu uso, particularmente no que diz respeito a aspectos de segurança e de privacidade, e garante a sua adequação ao fim específico do ensino. Soluções de carácter mais institucional mas que procuram seguir a filosofia das ferramentas da Web 2.0 podem ser também alternativa como o projecto SAPO Campus.

A mais curto prazo verifica-se já o debate sobre o papel futuro das plataformas de e-learning tradicionais, os LMS (ver, por exemplo, o post de George Siemens, Future of Learning: LMS ou SNS?). Poderão vir a ser totalmente substituídas pelo uso integrado de ferramentas da Web 2.0 ou continuar a ser usadas mas integradas com essas ferramentas originado plataformas mais alargadas com ofertas de novas funcionalidades. É este o caminho seguido, por exemplo, no projecto SUMA. No entanto, a curto prazo não é previsível o abandono das plataformas LMS dado o elevado número de utilizadores e de instituições que delas dependem.

Certamente existem ainda outras questões e desafios que serão colocados aos sistemas de e-learning e ao ensino em geral. A forma como essas questões serão resolvidas e abordadas está directamente relacionada com o que se perspectiva que será o e-learning no futuro e como irão evoluir as tecnologias associadas.

Sobre o impacto que a tecnologia, e em particular a Internet, tem sobre as pessoas, em especial sobre a “net generation” (ver este post), ou seja, a forma como irá afectar o desenvolvimento futuro de todos aqueles que já nasceram num mundo imerso em tecnologia, fica a visão de Tim Berners-Lee que defende que a questão vai para além da tecnologia em si: “ … And you can’t just think about computer sciences, you need a psychologist to do an analysis of the child, you need sociologists to look at the types of culture that is being produced, then you need a philosopher to ask whether that is a good thing.” .

Friday, July 02, 2010

E-learning: Problemas em Aberto (2)

Outra questão que assume particular importância e de natureza mais operacional tem a ver com a avaliação de conhecimentos e a validação de competências nos sistemas de e-learning. A credibilização destes sistemas passa pela definição de processos de avaliação que ofereçam as mesmas garantias do sistemas de ensino e de formação tradicionais. A validação de competências adquiridas através da formação em e-learning, sobretudo quando existir uma forte componente à distancia, deverá garantir o mesmo valor comparativamente com a formação tradicional presencial. Eventualmente, existirão competências que nunca poderão ser adquiridas através de e-learning. Alguns dos problemas levantados neste âmbito integram linhas de investigação do projecto VIRQUAL. A validação de competências, o desenvolvimento da literacia digital e a criação de uma reputação digital são também alvo de projectos como o ETT Campus.