Tuesday, May 04, 2010

Conteúdo Multimédia no Ensino

A popularidade e o crescimento de serviços que permitem a partilha de conteúdos multimédia como fotografias, vídeos, documentos ou podcasts tem vindo acrescer e é uma das características mais visíveis da Web 2.0. A maior parte desses serviços são conhecidos do público em geral como é o caso da partilha de videos no YouTube. Para a partilha de fotografias serviços igualmente populares são o Flickr ou o Picasa. O Google Docs permite a partilha de ficheiros e a sua edição colaborativa. Os podcasts podem ser partilhados em serviços como o Odeo (que está actualmente inoperacional). Os podcasts são gravações audio, normalmente em formato MP3 e que podem ser ouvidos num computador pessoal, num leitor de MP3 ou num smartphone. Os utilizadores de podcasts podem subscrever serviços de sindicação de conteúdos para receberem notificações de novos podcasts. A autoria deste formato é atribuída a Adam Curry, um conhecido apresentador inglês de programas musicais. A designação “podcast” é atribuída, por sua vez, a um jornal britânico, num artigo publicado em 2004, resultado da junção de iPod (o leitor multimédia da Apple) e de “broadcast” (transmitir).

A popularidade destes serviços que revelam a vertente “write” da Web 2.0 foi possível graças a outros desenvolvimentos tecnológicos: câmaras de vídeo digitais de baixo custo, assim como máquinas fotográficas digitais, telefones móveis com câmara incorporada e outros dispositivos móveis com capacidade de reprodução de áudio e vídeo. A generalização das redes de banda larga e das redes sem fios contribuíram também decisivamente para a facilidade em publicar conteúdos multimédia.

O acesso a imagens, fotografias, vídeos, áudio, podcasts ou documentos escritos constitui um recurso poderoso do ponto de vista pedagógico. Estes materiais multimédia já são usados no ensino desde os primórdios de utilização das tecnologias de informação e comunicação. As ferramentas entretanto surgidas no universo da Web 2.0 vieram potenciar ainda mais a utilização destes recursos como é o caso do YouTube ou do Flickr. A utilização de conteúdos multimédia não constitui, por si só, uma novidade em termos de e-learning. A novidade está no uso de novas ferramentas para criar, classificar, pesquisar e partilhar esses conteúdos. A possibilidade, por exemplo, de georeferenciar uma imagem oferece novas potencialidades ao uso de imagens em conteúdos pedagógicos. A gravação em vídeo, com uma simples webcam, de uma aula que instantes depois de concluída pode estar disponível no YouTube é outra possibilidade de utilização de conteúdos multimédia de interesse para sistemas de e-learning ou b-learning. O mesmo se aplica à utilização de podcasts. O professor ou outro criador de conteúdos pedagógicos pode dsiponiblizar aulas, documentários ou entrevistas em ficheiros áudio que podem ser descarregados pelos alunos e ouvidos num iPod ou outro equipamento similar ou até num telefone móvel. Assim, equipamentos usados para lazer ou para comunicar podem também dar suporte a processos aprendizagem sem barreiras impostas pelo tempo ou pelo espaço.

A nível de conteúdos, o acesso a vídeos de conferências (p.e. TED Talks) ou vídeos de especialistas sobre determinados temas consituiu também um recurso que pode ser usado em sistemas de e-learning.

Outras ferramentas, apesar de vocacionadas para conteúdos em formato de texto podem também ser incluídas neste grupo. É o caso do Google Docs que permite a edição de documentos sem necessidade do utilizador instalar a aplicação de edição no seu computador. Para além das ferramentas de partilha de conteúdos revelarem a aplicação do conceito de computação em nuvem, ferramentas como o Google Docs fomentam o trabalho colaborativo.

O site Slideshare permite a partilha de apresentações (p.e. desenvolvidas em PowerPoint) que podem ser disponibilizadas pelos seus autores. É frequente a sua utilização por oradores em conferências e outros eventos similares que desta forma podem facilmente disponibilizar à audiência as suas apresentações. A sua aplicação no ensino e formação é também óbvia: o professor ou formador pode disponibilizar os conteúdos leccionados que assim passam a estar acessíveis não só aos participantes na aula ou sessão de formação mas também àqueles que de alguma forma não puderam estar presentes. Este tipo de ferramentas também pode ser usado para a disponibilização de conteúdos em cursos não presenciais.

Outra potencialidade do uso de multimédia e que não deve ser negligenciável em sistemas de e-learning é a possibilidade dos intervenientes (professores, alunos ou outros) poderem partilhar imagens ou vídeos de si próprios. Esta é uma forma de se darem a conhecer e de se gerarem maiores afinidades em sistemas de ensino à distância em que não existe contacto físico entre os participantes. A publicação de fotografias dos utilizadores é também uma característica dos sites da Web 2.0 como as redes sociais ou blogs.

Para além dos sites mais conhecidos e já citados como o Flickr e o YouTube existem muitas outras ferramentas úteis com potencial de utilização em sistemas de e-learning. Apresentam-se a seguir apenas alguns exemplos:

  • Tag Galaxy: um site com uma interface gráfica muito apelativa e que permite a pesquisa por temas (tags) de imagens existentes no Flickr;
  • Glogster: uma ferramenta de criação e partilha de posters multimédia;
  • Voice Thread: uma ferramenta colaborativa e interactiva para a criação e partilha de apresentações multimédia.

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